Restituição de valores em casos de fraude bancária
- Tatiana Schuchowsky
- 24 de fev.
- 4 min de leitura
A restituição de valores em fraudes bancárias é um direito garantido por leis brasileiras e, com as informações corretas, você pode agir rapidamente para recuperar seu dinheiro.
É importante entender o que fazer, como acionar o banco e quais são as responsabilidades das instituições financeiras nesses casos.

O que é restituição de valores?
A restituição de valores acontece quando o dinheiro retirado indevidamente de uma conta bancária é devolvido ao titular.
Isso ocorre em situações como fraudes, movimentações não autorizadas ou golpes financeiros.
Quando uma pessoa identifica que houve uma movimentação irregular em sua conta, ela pode solicitar que o banco devolva os valores, corrigidos, para que não haja prejuízo.
Esse direito está amparado pelo Código de Defesa do Consumidor (art. 14), que define que empresas, incluindo bancos, são responsáveis por falhas na prestação de serviços, como a falta de segurança em transações financeiras.
Além disso, a Súmula 479 do STJ reforça que as instituições financeiras têm responsabilidade objetiva pelos danos causados por fraudes, mesmo que sejam praticadas por terceiros.
É possível recuperar dinheiro de fraude?
Sim, é possível recuperar o dinheiro perdido em fraudes bancárias. O banco é responsável por reembolsar os clientes prejudicados, exceto em casos nos quais o próprio cliente tenha contribuído para o ocorrido, como ao compartilhar senhas ou acessar links de phishing.
A devolução do valor depende de uma análise detalhada pela instituição financeira, mas, em muitos casos, a restituição ocorre rapidamente, especialmente quando é comprovada uma falha na segurança do banco.
Além disso, o Banco Central regulamenta mecanismos para facilitar a devolução, como o Mecanismo Especial de Devolução (MED) no caso de golpes via Pix.
É importante agir imediatamente ao perceber a fraude, comunicando o banco e tomando medidas para minimizar os danos.
Quanto antes o problema for identificado e relatado, maiores as chances de recuperar o dinheiro.
Quando o banco pode ressarcir vítimas de fraudes bancárias?
O banco pode ressarcir vítimas de fraudes bancárias sempre que a análise do caso demonstrar que o cliente foi vítima de um golpe e não contribuiu diretamente para a ocorrência da fraude.
Exemplos incluem clonagem de cartões, transferências realizadas por hackers, golpes envolvendo boletos falsificados ou movimentações realizadas por terceiros sem autorização.
A responsabilidade do banco é reconhecida quando há falhas em seus sistemas de segurança. Por exemplo, se alguém acessa sua conta porque o banco não implementou um método de autenticação seguro, como a validação em dois fatores, ele pode ser responsabilizado.
Por outro lado, o banco pode se isentar de responsabilidade caso o cliente tenha agido de forma negligente, como ao compartilhar senhas ou realizar transações em ambientes não seguros.
Quanto tempo o banco tem para devolver o dinheiro roubado?
O tempo para a devolução do dinheiro roubado varia conforme o tipo de fraude e a complexidade do caso.
No caso do Pix, por exemplo, o Banco Central estabelece que os bancos devem concluir a análise da fraude em até 10 dias úteis.
Já em outros tipos de transações, como transferências ou compras com cartão, o prazo pode ser maior, geralmente entre 30 e 60 dias.
Entretanto, se o banco não devolver os valores no prazo, você pode recorrer a órgãos de proteção ao consumidor, como o Procon, ou ingressar com uma ação judicial para exigir a restituição.
A demora pode, inclusive, gerar direito a uma indenização por danos morais, dependendo da situação.
Como solicitar reembolso de fraude?
Para solicitar o reembolso de uma fraude bancária, você deve seguir algumas etapas essenciais:
Entre em contato com o banco imediatamente: Assim que perceber a fraude, notifique o banco pelos canais oficiais, como telefone, aplicativo ou agência. Explique detalhadamente o que aconteceu e forneça informações como datas, valores e tipos de transações.
Registre um boletim de ocorrência (B.O.): Esse documento é fundamental, pois formaliza o ocorrido e pode ser exigido durante a análise do caso pelo banco.
Reúna provas: Colete extratos bancários, prints de transações, mensagens suspeitas e qualquer outro material que comprove o golpe.
Acompanhe o processo: O banco investigará o caso e deve mantê-lo informado sobre as etapas. Caso a devolução não aconteça, você pode recorrer ao Procon ou ao Judiciário.
É importante ser proativo e acompanhar o andamento do pedido, garantindo que todos os prazos sejam cumpridos.
Como proceder em caso de fraude bancária?
Se você foi vítima de fraude bancária, o primeiro passo é agir rapidamente para minimizar os danos e garantir que você receba os valores de volta. Veja o que fazer:
Bloqueie imediatamente sua conta e cartão: Entre em contato com o banco e solicite o bloqueio de todas as movimentações. Isso impede que o fraudador continue utilizando sua conta.
Informe o banco: Relate a fraude, fornecendo todos os detalhes necessários. Quanto mais informações você apresentar, mais rápido o caso será analisado.
Registre um B.O.: Esse documento oficial ajuda a proteger seus direitos e formaliza o incidente perante as autoridades.
Procure ajuda jurídica: Caso o banco não resolva ou recuse a devolução, procure um advogado especializado em direito do consumidor para ingressar com uma ação judicial.
Lembre-se de nunca ignorar movimentações suspeitas. Quanto antes você agir, maior a chance de resolver o problema.
Como reaver Pix de fraude?
Reaver um Pix realizado em uma fraude é possível graças ao Mecanismo Especial de Devolução (MED), regulamentado pelo Banco Central. Esse sistema permite o bloqueio dos valores na conta do fraudador para posterior devolução.
Para reaver o Pix:
Informe o banco imediatamente: Notifique a fraude no prazo de até 30 dias após o golpe.
Solicite o uso do MED: O banco investigará o caso e, se confirmado, poderá reter o valor na conta do destinatário.
Aguarde a análise: A conclusão pode levar até 10 dias úteis.
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